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Clarity divulga mudanças de Privacidade para 2025

Gabriel Roesner

Gabriel Roesner

Post atualizado pela última vez em 18/12/2024. Escrito por um humano, sem IA.

Índice

Introdução

Vamos direto ao ponto: ferramentas de Analytics estão mudando por causa das leis de privacidade. Essa semana, o Microsoft Clarity anunciou que, a partir de 2025, empresas no Espaço Econômico Europeu (EEA), Reino Unido e Suíça precisarão obrigatoriamente do consentimento explícito dos usuários antes de rastrear dados usando cookies.

A necessidade do consentimento para uso de cookies não é uma novidade, mas até então era tratado como uma decisão da empresa sobre respeitar ou não a lei. Até isso está mudando. O Clarity está na vanguarda de um movimento de ferramentas que “se recusam” a trabalhar fora das regras.

O objetivo, é claro, é se isentar da responsabilidade do uso inadequado da ferramenta. Cada vez mais a própria empresa utilizadora precisa tomar as próprias decisões sobre como gerenciar seus dados.

Embora a mudança afete inicialmente apenas a Europa, é um sinal claro de que as empresas brasileiras também devem se preparar. A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que regula o uso de dados no Brasil, segue frequentemente os passos do GDPR europeu.

Como fica na prática

1 – Consentimento via API

O foco aqui é privacidade. O Clarity antes configurava cookies automaticamente, mas agora exige que o consentimento seja explicitamente dado. Se o visitante não autorizar, a ferramenta não usará cookies.

Tecnicamente falando, essa comunicação deve ser feita pela API do Clarity. Ou seja, ao obter o consentimento do usuário, devemos sinalizar a plataforma por uma requisição HTTP, que a partir daí vai liberar a criação dos cookies naquele navegador.

Confira a documentação da API do Clarity para detalhes técnicos

Essa mesma API também traz funcionalidades adicionais além do consentimento, como personalização de eventos e maior controle sobre o conteúdo mascarado (para proteger informações sensíveis dos usuários, como dados de pagamento).

2 – Funcionamento Cookieless

A falta do consentimento para cookies não significa que o Clarity perde sua utilidade. A ferramenta também trouxe vários aprimoramentos para que sua utilização cookieless ainda seja viável.

O maior prejuízo é principalmente na análise de uma jornada mais completa, entendendo que um mesmo usuário está visitando várias páginas (semelhante ao que o Google Analytics 4 faz com o client_id). Nesses casos, a ferramenta atribui um ID único por página em vez de usar cookies para identificar sessões.

Isso demonstra o esforço da plataforma para balancear conformidade legal com funcionalidades úteis para as empresas.

E No Brasil?

Embora a LGPD já estabeleça regulamentações muito parecidas com a lei europeia, a realidade no Brasil ainda é diferente. Por aqui, a lei é muitas vezes tratada como “opcional”, já que o esforço de adequação tem sido levado a sério, em geral, só pelas grandes empresas.

No entanto, o mais sábio é usar a falta de fiscalização por aqui como margem de tempo para se adaptar, e não para fingir que o assunto não existe. Sabemos que adotar boas práticas de privacidade no marketing digital pode trazer desafios — como repensar estratégias de coleta de dados e integrar novas ferramentas. Mas há benefícios claros para quem decide fazer isso desde já:

Diferencial competitivo: Respeitar a privacidade dos usuários pode se tornar um fator de destaque para sua marca, principalmente em nichos onde a confidencialidade é um valor essencial para os consumidores.

Ranqueamento de SEO: Apesar de alguns contrapontos sobre os problemas relativos a performance que os banners de cookies podem causar, principalmente se mal implementados, as boas práticas de privacidade já são um fator de ranqueamento de SEO para o Google.

Elegibilidade para AdSense: Plataformas como o Google AdSense usam critérios de respeito às leis de privacidade para permitir a monetização de sites e blogs.

Respeito e confiança: Empresas que demonstram compromisso com a segurança e privacidade dos clientes são vistas de forma mais positiva. Isso fortalece a confiança com sua marca e reduz a exposição da empresa a problemas que podem manchar sua reputação.

Proteção contra riscos legais: Mesmo que ainda seja raro por aqui, evitar multas e sanções legais.

Conclusão

Se a sua empresa usa ferramentas de Analytics, o ideal é começar a planejar essa transição agora. Isso inclui avaliar o impacto das mudanças nos relatórios e nos insights que você utiliza no dia a dia.

E por que não aproveitar para deixar claro aos visitantes que sua empresa valoriza e prioriza a privacidade dos dados deles?

Se você ainda não começou a preparar seu negócio para essas mudanças, o momento é agora. Quer saber mais ou precisa de ajuda para implementar essas mudanças no seu site? Fale com a gente.

UFA!

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