Introdução
A popularização da API de Conversões da Meta e outras práticas de Tracking Avançado fez com que muitas empresas começassem a utilizar a tecnologia Server Side no Google Tag Manager. O GA4 é peça fundamental nessa estrutura.
Mesmo que você não use o Google Analytics no seu negócio, você precisará criar uma conta lá para conseguir configurar as conversões na sua plataforma de anúncios.
Migrar o GA4 para receber dados do servidor tem muitas vantagens, bem semelhantes aos benefícios que você procura na API de Conversões: dados mais confiáveis, que se esquivam de bloqueadores de anúncios e de restrições dos navegadores contra scripts de terceiros.
Em um servidor na nuvem, os dados serão processados em um ambiente mais controlado antes de serem enviados para suas ferramentas de Analytics e Marketing, oferecendo maior flexibilidade, segurança e precisão no rastreamento.
Nem tudo são flores no lado do servidor
Embora o Server Side traga muitos benefícios para a captação do GA4, sua implementação está longe de ser simples. Durante a transição, é comum que surjam problemas, principalmente relacionados à atribuição do tráfego. Na prática, isso aparece como um excesso de (not set) e Unassigned nos relatórios.
O Google Analytics se esforça para que a implementação da ferramenta seja o mais “plug and play” possível, mas esse é um sonho que só é possível utilizando o Client Side.
Partir para uma implementação via servidor traz alguns desafios técnicos que vamos esclarecer nesse post, para que essa tentativa de melhoria na sua estrutura não se transforme em um pesadelo.
Esse artigo não é completamente de minha autoria. Agreguei várias informações de um material que recebi da OptimizeSmart Newsletter (todos os direitos reservados), acrescentando informações a mais e, é claro, um pouco da minha opinião.
Neste artigo, vamos explorar os 7 principais problemas enfrentados por equipes de marketing e análise de dados ao configurar o rastreamento Server Side no GA4.
E, é claro, 7 dicas de como resolvê-los
1 – Tags de eventos disparando antes da Tag do Google
No rastreamento Server Side, é mais provável que as tags de eventos sejam disparadas antes da Tag de configuração do Google, em comparação com o rastreamento Client Side. Isso ocorre devido às diferentes maneiras como os dados dos eventos são processados e transmitidos entre o cliente e o servidor.
Para evitar isso, garanta que sua Tag do Google é disparada o quanto antes na página. Se necessário, atrase o disparo dos eventos de Page View para uma etapa seguinte, como por exemplo o DOM Ready.
Esse erro faz com que seu GA4 tenha mais tráfego não atribuído (not set).
2 – O evento page_view dispara antes do evento session_start
Semelhante ao tópico anterior, é um problema que acontece quando a Tag do Google é disparada depois do page_view.
Para evitar isso, altere sua Tag do Google para ser disparada no evento de Inicialização em vez de All Pages.
3 – Cookies do GA4 estão como “Server Managed”
No Tag Manager Server Side, nas configurações do Cliente do GA4, você pode personalizar como os cookies (que fazem a identificação dos usuários através do client_id e session_id) são gerenciados.
Se você está tendo problemas de atribuição no GA4 Server Side, uma saída simples pode ser alterar essa configuração para “JavaScript Managed”, que é o método de funcionamento padrão do GA4 Client Side. A criação e leitura dos cookies continuará dependendo do navegador do usuário, o que é uma desvantagem, mas geralmente torna a captura dos dados muito mais assertiva e simples do que no modo “Server Managed”.
Se você não tem um time forte de tecnologia que seja capaz de configurar detalhadamente essa estrutura, opte pelo simples que funciona.
4 – As tags de eventos não têm o parâmetro server_container_url
Garanta que, além da sua Tag do Google, suas tags de eventos também contenham o parâmetro server_container_url, para garantir que todas as informações sejam capturados e processados pelo lado do servidor.
5 – Os parâmetros UTM podem não ser enviados automaticamente
Como o GA4 no servidor não tem acesso direto ao navegador do usuário, ele pode não estar recebendo a URL da solicitação. Consequentemente, pode não estar recebendo as informações de origem para fazer a atribuição.
Caso você perceba que o seu GA4 Debugger não está recebendo as informações de origem nos eventos, pode ser necessário acrescentar essas informações manualmente nas requisições.
6 – Problemas no modo de consentimento
Quando o Modo de Consentimento é usado, tanto as implementações client-side quanto server-side precisam estar alinhadas. Se o consentimento for tratado de forma diferente no servidor em relação ao cliente, isso pode levar a problemas de tráfego não atribuído.
7 – Não desativar o Client Side durante o uso do Server Side
Diferente do que estamos acostumados a fazer na API de Conversões da Meta com a “desduplicação de evento”, o Google Analytics recomenda que não façamos o envio simultâneo pelos dois caminhos.
Se vai usar o Server Side, remova as tags de acompanhamento do seu código-fonte e interrompa o fluxo de dados através do navegador do usuário.
Conclusão
Se você já usa o GA4 pelo lado do servidor e está enfrentando dificuldades com o excesso de (not set) e Unassigned, esse é um bom checklist de boas práticas para você revisar na sua implementação.
A transição para o rastreamento Server Side no Google Analytics 4 é um passo importante para melhorar a precisão dos dados, enfrentar as restrições impostas por bloqueadores de anúncios e garantir conformidade com as regulamentações de privacidade.
No entanto, essa mudança também traz desafios técnicos que precisam ser enfrentados com atenção para evitar problemas como tráfego não atribuído e perda de parâmetros UTM.
Se você precisar de ajuda em colocar isso tudo em prática, fale com a gente!